Talvez minha ausência seja tua melhor companhia. Já que minhas palavras nada te dizem e o meu silêncio pouco te importa.
{por Lílian da Silva Braz}
A lua cheia ilumina a floresta com seu brilho ofuscante. Ouve-se um uivo longo e arrepiante. O vento sopra cada vez mais forte, produzindo um zumbido e trazando as escuras nuvens para perto de um celeiro, onde se esconde uma menininha frágil e indefesa. O farfalhar das árvores agora aumentam, fazendo a garota tremer ainda mais... A porta de madeira começa a ranger e da janela já não se vê mais uma estrela sequer... A escuridão toma conta do local e o medo vai dominando a pobre garotinha... Seu coração palpitante e acelerado, sua respiração ofegante. Inicia-se a tempestade. A menina deseja gritar, mas sua voz quase não sai...meio roouca, faz uma segunda tentativa, sem sucesso. Encolhe-se ainda mais, abraçando os joelhos e reza para que o pesadelo acabe... Um vulto aparece na janela, segurando um facão ensanguentado. Um raio cai lá fora e um relâmpago o ilumina: um rosto desfigurado, um psicopata, serial killer, pronto para atacar. Pula a janela e segue em direção à menina, que está prestes a desmaiar por conta da adrenalina que domina sua alma... O vulto a pega no colo e coloca o facão junto ao seu pescoço. Percebe então, que algo caíra no chão... Hesita por um instante, abaixa-se e... depara-se com uma linda bonequinha de pano, de vestido cor de rosa com flores estampadas. Lembra-se então que dera uma dessas para a filha antes dela ser sequestrada pela mãe. Olha uma última vez para a menina já desmaiada em seus braços... E sem dó nem piedade lhe enfia a faca no coração, mesmo com as lágrimas escorrendo pela horrenda face... Em seguida, faz o mesmo consigo...